Kizoku to Nessa no Ouji (Novel) - Capítulo 02
Quando Takeyuki entrou na sala de Chegada do aeroporto de Ras, viu o seu irmão e sua cunhada entre a multidão de pessoas esperando. Haviam passado vinte três horas desde que havia
saído de Narita. Era a primeira vez que viajava tão longe por conta própria. Finalmente chegava ao seu destino e via caras familiares. O coração de Takeyuki se acalmou e ficou um pouco mais humano outra vez.
“Bem vindo, Takeyuki!”
“Ei, realmente você veio depois de tudo” Comparado com o brilhante sorriso de sua cunhada, o irmão de Takeyuki, oito anos mais velho do que ele, era rude. Haviam se passado dois anos desde a última vez que se viram, mas Atsushi não parecia particularmente motivado ou feliz. Seus profundos olhos estavam escondidos atrás de óculos escuros, mantendo escondida sua felicidade de ver Takeyuki. Atsushi sempre foi um homem que se comunicava com os olhos mais do que as palavras.
“Vejo que você continua sendo o favorito de nosso paai, te pagou uma viajem de primeira classe sem reclamar.”
“Oh, mais foi uma longa viagem, Takeyuki vai começar a trabalhar com ele no próximo mês, seu pai deve ter imaginado que essa será a sua última oportunidade de cuidar de Takeyuki. Seu pai quer fazer o máximo possível por Takeyuki.”
“Uff. Todos querem fazer tudo por Takeyuki.”
“Deixe de falar desta maneira, querido, você sabe que você concordou com isso mais do que ninguém.”
O irmão de Takeyuki fez um muxoxo com os lábios, abatido pela réplica de sua esposa. Takeyuki não podia deixar de sorrir para o familiar intercâmbio do casal que esqueceram que estavam discutindo sobre ele.
“Você trouxe apenas esta maleta?” Seu irmão mudou de tema para esconder a sua vergonha, olhando para maleta que estava ao lado de Takeyuki, que era o suficientemente grande para uma semana de viagem. Takeyuki havia empacotado o mais rápido possível, decidido que o que precisasse poderia comprar ali. Um quarto do espaço da maleta levava lembranças do Japão.
“Mustafá” Atsushi virou e chamou um jovem nativo que estava parado há alguns passos atras deles, deveria ter entre vinte e cinco e vinte seis anos, um cabelo crespo de cor preta e uma combinação de suave e pele firme, e tinha um olhar inteligente, que dava boa impressão.
“Takeyuki, Mustafá é membro da embaixada. Trabalha como tradutor e e trabalha no escritório. Pode pedir sua ajuda durante sua estadia aqui, por isso diga olá.”
“Olá, sou Takeyuki Onozuka. Prazer em conhecê-lo.”
“O prazer é todo meu também” Mustafá apertou a sua mão com firmeza. Aparentemente Mustafá falava japonés tão bem como o inglés, então por isso poderar ser muito útil.
“Correto. Vámos. É por aquí.” Disse Atsushi indicando o caminho, Mustafá pegou a sua mala, e carregando com muito mais facilidade que Takeyuki colocando no ombro cruzando sobre seu peito. Seguindo o seu irmão sairão do local.
Depois andaram um pequeno trecho, Takeyuki reconheceu uma imagem familiar diante deles e fez um pequeno ruído ao reconhecê-lo.
“Aconteceu ruim?” Seu irmão perguntou olhando para Takeyuki sobre seu ombro.
“Oh, n-nada” Disse Takeyuki vacilante. “Só vi a alguém que estava sentado próximo de mim durante a viagem.”
Seu hermano aspirou, e continuou.
Durante a breve conversa de Takeyuki com seu irmão, o homem com óculos sol havia desaparecido outra vez. Takeyuki não tinha idéia para onde ia, mas se o homem olhasse para ele não mudaria nada. Sua única conexão havia sido breve e não tiveram uma conversa normal. Justo como Takeyuki havia previsto, depois que o homem lhe desejasse uma boa viagem e a conversa terminasse, não haveria mais nada entre eles. O homem passou por Takeyuki em duas ocasiões, e o homem não o viu. Era bizarro. Apesar de estar irritado pelo jeito que o homem o olhava. Quando o homem o deixou só, provocou uma nova insatisfação. O homem havia causado um profundo interesse nele e Takeyuki o faltou com respeito, parecia bizarro que agora pudesse ignorar Takeyuki como um perfeito estranho. Isso deixou Takeyuki doente do estômago. Sentia-se estranho, incapaz de tomar o controle de sua mente. Isso aconteceu desde a primeira vez que viu o homem sair do avião e, inadvertidamente, começou a chorar.
Deixaram o aeroporto com a imagem do homem que apenas olhou para ele, ainda na mente de Takeyuki.
Fora do clima artificial do interior do aeroporto, lá fora o sol brilhava intensamente e o ar era seco. Era apenas sete da manhã, mas o sol no Médio Oriente era implacável. Quando colocou o pé fora da sombra do prédio, a luz solar como espadas, penetraram na pele de Takeyuki instantaneamente.
Esperaram um pouco no estacionamento antes que o luxoso carro preto negro chagasse e parasse ante eles. Outro homem do local era o chofer. Era um homem de meia idade com barba e uniforme branco. Enquanto Mustafá levava sua maleta para a porta mala, Takeyuki e os outros entraram no carro. Um momento depois, Mustafá subiu no banco da frente.
“Antes de tudo iremos para a embaixada, quero apresentá-lo ao embaixador” Disse o irmão de Takeyuki.
Takeyuki se acomodou enquanto o carro pegava força, bocejou e começou a sentir sono. Havia sido incapaz de dormir no avião, por isso se sentia assim e por isso estava tão letárgico. Não importava se os acentos eram suaves e confortáveis, Takeyuki não estava acostumado a viajar e não se sentiu relaxado. Havia cochilado um pouco, mas o verdadeiro sono estava longe. Assim que aterrissasse em Ras esta manhã, tinha certeza que perderia todo o dia. Depois que seu irmão o apresentasse ao embaixador Kusunoki, levaria Takeyuki para sua casa, onde ficaria durante sua visita e poderia relaxar.
“Mamãe e papai estão bem?” A pergunta de seu irmão pegou Takeyuki com a guarda baixa e se obrigou a abrir os olhos.
“Eles estão bem, papai esta escrevendo algo épico sobre a vida de seu bisavô chamada ‘O último lord Onozuka’ em seu tempo livre. Ele queria me falar pessoa maravilhosa que era, de qualquer maneira me pegou. Entendo como o papai se sente, seu avô recebeu a Medalha de honra das mãos do imperador. De qualquer formas eu realmente não estava interessado nisso e até fiquei um pouco chateado.
“Parece-me que você continua sendo o mesmo” interveio Atsushi sarcasticamente. Em seu olhar dava para notar que estava brincando e havia um sorriso nos seus lábios.
“Mamãe continua ocupada todo o dia com suas lições e voluntariados.” Takeyuki interrompeu a brincadeira de seu irmão e continuou. “E com vocês? Masako já está no quinto mês, não é?
“Correto, Takeyuki.” A cunhada de Takeyuki que estava sentada entre eles colocou as mãos sobre o abdômen. “Você será tio logo.”
“Parece estranho ouvir isso.” Não era o fato de que em breve teria um sobrinho ou sobrinha. Era que não parecia que seu irmão, com que passou toda sua infância, começaria a atuar como pai. Tinha certeza de que seu irmão também tinha dúvidas sobre isso. Atsushi permaneceu em silêncio sobre a criança que nasceria no verão. Mas quando Takeyuki viu o seu rosto encontrou determinação e satisfação de um profissional e pai de família, aceitando todas as suas responsabilidades. Isso fazia com que o coração de Takeyuki se emocionasse.
“Poderia ser assim?”
A mesma vaga ansiedade que sempre havia sentido pressionou o coração de Takeyuki. Sabia que estava acelerando as coisas. Ele se jogaria em um mundo totalmente diferente no próximo mês, para por um fim aos dezesseis anos da vida livre de das preocupações como estudante. Estava emocionado e assustado. Era como seu irmão havia dito, Takeyuki havia sido estragado e mimado enquanto crescia. Nasceu dentro de uma rica família e cresceu coberto com suas bênçãos. Até esse dia, havia tido o suficiente, mas agora queria repousar sobre os seus próprios pés.
Realmente estava relutante em trabalhar na empresa de seu pai, mas não conseguia se rebelar contra os desejos de seu pai. Não era como se não estivesse disposto a trabalhar, queria fazer, mas não estava totalmente convencido. Mesmo o seu pai sendo o gerente e proprietário, não mudaria o fato de que Takeyuki começaria a ser um adulto independente e responsável. Essa ansiedade indescritível deveu- se à intimidação da sua ilustre família. Takeyuki sentia que não podia ser como seu pai e irmão, e sentia-se como tivesse perdido a direção do seu futuro.
Quero ver o deserto, pensou Takeyuki repentinamente, lembrando da promessa que fez enquanto se dirigia a Cassina, ele estava confuso e queria ver a árida terra, a areia movida pele vento fazia seus ficarem instáveis. Takeyuki olhou pela janela do carro para ver a paisagem que passava.
O cenário que prevalecia era de três palmeiras em frente a prédios de concreto, seguido por um caminho pavimentado. Era muito mais cosmopolita do que imaginava. Quando eles entraram na área comercial, carros antigos circulavam pela rua, nas calçadas Takeyuki observou livrarias, lojas de eletrônica, passeando por trechos arqueados, havia pessoas de diferentes descrições. O povo de Ras, aparentemente, começava o seu dia cedo.
“Onde está o deserto?” Takeyuki perguntou. Atsushi respondeu secamente: “Ao Sudeste daqui.” “Já montou em um camêlo?”
“Não.” Seu irmão sacudiu a cabeça indiferente. Uma resposta totalmente sem interesse como se estivesse dizendo que não veio para esse país para brincar.
Takeyuki queria perguntar mais, mais imaginou que não poderia preguntar ao seu irmão ante a sua ante sua apatia.
Bocejou novamente.
Takeyuki só queria passar o resto do dia na casa de seu irmão e de sua cunhada. Já teve o suficiente nessa longa viagem. Se dormisse até a noite, provavelmente descansaria. Pensaria o que queria ver e aonde queria ir essa noite.
Cruzaram o pesado tráfico da área comercial e chegaram a una tranquila colina. Todo a vizinhança era formada por elegantes mansões pintadas de cores amarelas e creme. Dava para ver grandes cercas, jardins com fontes por trás dos portões de ferro, falava da riqueza das pessoas que viviam lá.
A embaixada japonesa se encontrava em uma esquina. Dois oficiais uniformizados cuidavam da porta com seu rifle no ombro. O carro parou em frente à porta por um momento e esperou a autorização para entrar.
“Tem havido algumas agitações que tem perturbado a paz recentemente,” Atsushi murmurou com uma expressão séria.
“Como terrorismo?”
“Não, este país tem ideais particularmente mais progressistas para ser um país do Oriente Médio, suas leis religiosas são mais leves e o país inteiro está unificado com os ideais do rei atual, que muitas vezes fica do lado das nações ocidentais. Claro que há um segmento da sociedade que é antiamericana e sustenta visões extremas, mas não há risco de terrorismo. Tiroteios entre tribos, robôs, e seqüestros são os maiores problemas. Esses incidentes são sempre insuperáveis. Houve um incidente há pouco tempo, mas o alvo dos seqüestros são membros da clase alta. Os japoneses podem ser um alvo tentador, por isso tome cuidado.”
“Terei” Takeyuki, que nunca havia assumido que visitaria uma estável e pacífica região, assentiu quando percebeu que seu irmão estava enfatizando algo que ele já sabia. Não precisava que Atsushi lhe pedisse que entendesse o perigo.
A embaixada era um edifício de três andares. A entrada era decorada com mosaicos e caminharam por um corredor até a sala do embaixador.
Sua cunhada, Masako, ficaria na sala de espera tomando chá. Só Takeyuki e seu irmão estariam com o embaixador. Passaram por vários trabalhadores, que inclinavam a cabeça respeitosamente para Atsushi, Takeyuki sentiu admiração por seu irmão ao perceber o quanto ele era especial por ser cônsul tão jovem.
O embaixador Kusonoki, um grande homem que era generoso e carinhoso, deixou de trabalhar quando eles chegaram.
“Bem, Bem, entrem. Como esta o seu pai?” “Esta bem, obrigado”.
O embaixador Kusonoki estava na mesma universidade que o pai de Takeyuki e eles continuavam se encontrando. Sabia que Takeyuki chegaria a Cassina e havia pedido a Atsushi que queria se reunir com ele também.
“Eu tenho certeza que parecer um lugar atrasado comparado a Tókio, mas há grandes coisas aqui que você não encontrará no Japão, como as ruínas e o mercado árabe. Não acredito que você se chateará. E também recomendo ver pelo menos uma vez o por so sol no deserto. Temos veículos e motoristas aqui na embaixada. Você é livre para usá- los quando precisar.”
“Obrigado, muito obrigado.” Takeyuki inclinou a cabeça ante a bondade do embaixador.
O ventilador de teto movia o ar condicionado através da sala. Mustafá, que havia desaparecido, voltou trazendo chai1. Serviu nas taças um líquido escuro que parecia chá e colocou dois cubos de açúcar neles. Takeyuki levantou a taça e cheirou, o aroma era de mistura de chá preto e chá de oolong2.
Enquanto Takeyuki examinava seu chai fascinado, Atsushi e o embaixador conversaram.
“Então o príncipe voltará ao palácio esta semana.”
“Parece que não, não é uma questão particularmente urgente entre nós, mas de qualquer forma poderia forçar uma reunião.”
“Não, não, claro, estou feliz por encontrar-me com Sua Alteza da maneira que achar adequado Onozuka”
“O boato é que ele é muito temperamental.”
“Bem, ele ainda é jovem, afinal.” “Ainda sim…”
O gabinete do embaixador era muito confortável. Takeyuki cautelosamente deu o primeiro gole no seu chai e relaxou. Ele recostou-se na cadeira, ouvindo distraidamente a conversa dos dois homens, ele sentiu sono e, eventualmente, adormeceu.
“Takeyuki, Takeyuki!” Na segunda vez ele acordou. Atsushi o olhou com um olhar de desaprovação.
“Desculpe, desculpe, eu…” Rapidamente se levantou e pediu desculpas, o embaixador via de sua cadeira sorrindo.
“Oh, não se preocupe, você passou um dia inteiro na viagem do Japão para Cassina. A maioria dos grupos turísticos inicia um itinerário apertado e não tem a cabeça no lugar, é fácil de comer comidas envenenadas, e muitos deles terminam pedindo um hospital. Ouça o seu corpo e não se pressione demais.”
“Sim, senhor,” Takeyuki assentiu, e inclinou a cabeça outra vez.
“Obrigado novamente.”
“Desculpe causar problemas, Sr. Embaixador,” Atsushi também se desculpou.
O embaixador sorriu como se nada tivesse acontecido, era realmente muito amável e calmo, continuou sorrindo enquanto Takeyuki e seu irmão saiam do escritório.
EXPLICAÇÕES/SIGNIFICADOS REFERENTE AO CAPÍTULO 2
1 É uma bebida do subcontinente indiano feita a partir da produção de chá com uma mistura de especiarias e ervas aromáticas indianas.
2 É um chá chinês tradicional, situado entre o chá verde e o chá preto em termos de oxidação